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Falasser

Sobre

Falasser é a tradução em português de Parlêtre, um neologismo criado por Lacan em 1971.

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Mas o que é um neologismo?

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“Neologismo” é uma palavra nova. Nova porque não se encontrava ainda na língua onde será dita ou escrita.

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Parlêtre: Parole (palavra falada) e Lêttre (palavra escrita)

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Lacan disse que o seu Parlêtre vinha substituir o inconsciente de Freud.

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Lacan recorria com frequência aos neologismos para introduzir noções que evidenciavam novidades conceituais em sua teoria, no caso de Parlêtre, a desconstrução crítica à noção de ser falante, que sugeriria o falante como propriedade de um certo Ser.

 

Trata-se, por uma via, a condição mesma do termo, enquanto neologismo e, por outra, a desconstrução do campo semântico que este implica.

  

(...) já que: há ser, mas não é idêntico a si mesmo, nem um, nem substancial, material ou tridimensional, mas apenas como criação da linguagem. (Lacan)

 

O que Lacan indica nesta citação, é que o Ser não é prévio à linguagem, mas sim, efeito de linguagem, naquilo que pode ser entendido como Fala-Ser.

 

Não há outro trauma do nascimento além do nascer como desejado. Desejado ou não, dá no mesmo, posto que se dá pelo ser falante (Falasser).

O ser falante em questão se divide, em geral, em dois falantes. Dois falantes que não falam a mesma língua. Dois que não se escutam ao falar. Dois que não se escutam, e ponto. Dois que se conjuram para a reprodução, mas a partir de um mal-entendido consumado, que seu corpo transmitirá com a chamada reprodução.(Lacan)

 

É pelo fato de ter nascido deste ventre e não por outra parte que um certo ser falante ou ainda isto, que chamo por enquanto, isto que designo com o nome de Falasser, o que aparece como outra designação do inconsciente, é de haver nascido de um ser que o desejou ou não desejou, mas que, por este único fato, situa-o de uma certa maneira na linguagem, que um Falasser se encontra excluído de sua própria origem, e, a audácia de Freud nesta ocasião, é simplesmente dizer que há, em alguma parte, a marca no sonho em si. (Lacan)

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Assim, em uma análise, o que se trabalha é com essa matéria linguística, o ser como efeito da linguagem.

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