Por que fazer análise?

A psicanálise é para todos?
Podemos afirmar categoricamente que não.
Há limites no campo psicanalítico, a psicanálise não é para todos, assim como a psicanálise não responde a todas as demandas, sua teoria também tem limites, não é completa, está delimitada ao campo discursivo, à linguagem.
Mas vamos por partes, comecemos com: para quem não se presta a psicanálise?
A psicanálise não se presta para quem está feliz, para quem acredita que nada anda mal na vida, também não se presta para quem não está disposto a pensar sobre a vida, tanto a própria quanto a dos outros.
Então, para quem serve a Psicanálise?
Para aqueles que sofrem, sentem angústia, que sentem que algo não anda bem, que se paralisam por algo da vida e, apesar de ser algo repetitivo ou conhecido, não são capazes de entender ou mudar.
Para alguns, a angústia vem de algum lugar desconhecido, difícil de localizar, para outros, de um lugar familiar, comum. Nem sempre é um sofrimento muito explícito, algumas vezes pode-se sentir algum tipo de inquietude, um mal-estar que pode gerar uma sensação de inquietude, apesar da vida, em uma certa medida, não estar mal.
Sentir-se assim pode ser um indicativo de que vale a pena começar um atendimento em psicanálise.
A análise é um lugar de acolhimento destes incômodos, mas, principalmente, um espaço para se debruçar, investigar e questionar o mal-estar que nos atravessa. Mais do que uma resposta, a análise possibilita a abertura para perguntas, questões, onde, a partir delas, se possibilita uma nova leitura, se reposicionar frente aos sintomas e mal-estar.
Existe cura na psicanálise?
Sim, desde que se entenda cura como um reposicionamento, um novo lugar, consequentemente, a emergência de um novo sujeito¹ e não um retorno ao que era antes.
1- Entenda-se sujeito como tema, subject, em uma cadeia discursiva.