Qual a diferença entre Psicanálise, Psicologia e Psiquiatria?
- Linsei Oishi
- 26 de nov. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de nov. de 2023
Existem muitas dúvidas e confusões sobre as diferentes práticas e saberes que atuam com o psiquismo humano. Trataremos aqui de diferenciar as principais práticas terapêuticas: Psicanálise, Psicologia e Psiquiatria.
Você já deve ter se questionado sobre a diferença entre elas e possivelmente se deparou com uma certa dificuldade, já que todas tratam o sofrimento decorrente de algum mal estar mental ou emocional.
Iremos apresentar as principais diferenças:
A psiquiatria é uma especialidade médica, trabalha com as referências de saúde e doença, normalidade e anormalidade, padrões que balizam o que seria uma patologia, inclusive trabalham com um manual que lista diferentes categorias de transtornos mentais e critérios para diagnosticá-los, o DSM (Manual Estatístico e Diagnóstico de Saúde Mental). Os psiquiatras, por serem médicos, têm a competência para prescrever psicofármacos no tratamento das patologias, o que pode ser um auxílio importante em casos mais graves.
A psicologia é uma disciplina acadêmica que trata da mente, do estudo e análise de processos e comportamentos de indivíduos e grupos humanos em diferentes situações. A partir dessas análises e estudos consegue estabelecer parâmetros de classificação e, nesse sentido, padrões de normalidade e anormalidade. Trabalha-se com aconselhamentos, técnicas de autocontrole, aprendizagem através de estímulos visando comportamentos desejados, treino de habilidades, além de técnicas cognitivo-comportamentais tais como exposição gradual, reforços, correções de crenças e pensamentos e manejo ambiental. Além de ser uma disciplina acadêmica, possui um vasto campo de atuação: organizacional, institucional, escolar, educacional, vocacional, social, hospitalar etc.
A história da Psicanálise está relacionada com a figura de seu criador, Sigmund Freud (1856-1939). Ao longo de seus estudos, Freud elaborou toda uma teoria que formou as bases para uma nova ciência, dotada de métodos próprios para a investigação dos processos da mente humana.
Freud revolucionou o modo de compreensão do ser humano. Assim como Schopenhauer e Nietzsche, se opôs à tradição da modernidade, onde havia o apelo da razão como uma faculdade plenamente livre e consciente de suas escolhas e atos.
Freud defendeu a tese da existência de processos psíquicos inconscientes, demonstrando que a equivalência convencional entre psíquico e consciente é completamente inadequada.
Ao afirmar que o inconsciente pensa, Freud desaloja a consciência de seu lugar de centro, alterando assim o privilégio conferido aos pensamentos conscientes. O cerne de sua descoberta vem demonstrar que os processos de pensamentos inconscientes se produzem à margem da consciência e dela independem.
Sem que se possa controlar, os processos psíquicos inconscientes, podem gerar muito sofrimento e limitar a vida. Esta dimensão desconhecida, a qual não se tem acesso direto, mas que mobiliza as ações e sonhos é o que Freud nomeou como inconsciente.
Atualmente, a psicanálise se beneficia dos avanços feitos pelo psicanalista francês Jacques Lacan (1901-1981). O grande salto feito por Lacan, das ciências biológicas para as humanidades, está relacionado com a reconfiguração do conceito de inconsciente, fortemente influenciada pela linguística – de Ferdinand de Saussure a Roman Jakobson – e pela antropologia de Lévi-Strauss. Para Lacan, o inconsciente seria estruturado como linguagem.
A centralidade da linguagem na teoria lacaniana tem efeitos diretamente na prática terapêutica. O resultado é uma abordagem atenta à forma e à maneira como o paciente fala, voltada para ajudá-lo a escutar o que está dizendo, para além das intenções de sua própria vontade.







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