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Uma Psicanálise Por Vir

  • Foto do escritor: Linsei Oishi
    Linsei Oishi
  • 3 de abr. de 2023
  • 1 min de leitura

Atualizado: 15 de nov. de 2023


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Para pensar uma psicanálise por vir, é necessário partir do seguinte postulado: As ideias não existem isoladamente, existem a partir de uma rede de ideias e, para que exista uma nova ideia, é preciso substituir uma ideia que ocupava um lugar homólogo nesta rede.


Não existe a possibilidade de postular uma nova teoria se não for feita uma crítica bem sucedida da teoria para qual se pretende substituir, ou seja, para que exista a possibilidade de conceber uma nova psicanálise, se faz necessário criticar aquela que se pretende substituir.


Nesse sentido, a psicanálise que opera com universais - isto é, entidades que sempre existiram em todas as culturas e lugares - é o que estamos criticando. Em termos freudianos, podemos citar a horda primitiva, o assassinato do pai, fase oral, anal, fálico e genital, a libido masculina e feminina, a pulsão de vida, a pulsão de morte, angústia de castração e inveja do pênis. Todos estes conceitos são tomados como universais e antropológicos em uma antropologia ahistórica, acultural e associal, nada mais do que uma antropologia biológica. Assim, é necessário substituir uma psicanálise fundada no início do século XX, em uma sociedade vitoriana, patriarcal, eurocêntrica e colonial, por uma psicanálise que se propõe a estabelecer um diagnóstico da cultura e "da época" para as causas do sofrimento.


Ao se potular uma psicanálise por vir, uma nova teoria, além de substituir uma pela outra, sustenta-se a ideia de que não se deve pactuar com uma psicanálise que se apresenta na sociedade como um elemento conservador, apesar de sua aparência revolucionária.


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